Deputada Luizianne Lins e ativistas chegam ao Brasil após detenção por Israel: 'Condição de prisioneiros'

  • 09/10/2025
(Foto: Reprodução)
Deputada federal Luizianne Lins relata torturas enquanto esteve presa em Israel Os brasileiros que haviam ficado detidos após serem interceptados pelo governo de Israel chegaram ao Brasil na manhã desta quinta-feira (9). O grupo, que inclui a deputada federal Luizianne Lins (PT), desembarcou hoje em São Paulo. Os 13 brasileiros haviam sido libertados e chegaram à Jordânia na terça-feira (7). Eles faziam parte de uma flotilha Global Sumud, interceptada pela marinha israelense enquanto tentavam levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Ceará no WhatsApp O voo para o Brasil desembarcou por volta das 10h no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. O grupo concedeu entrevista coletiva logo após o desembarque (veja no vídeo acima). A deputada Luizianne Lins detalhou que os brasileiros foram levados até a fronteira da Jordânia separados em veículos identificados por ela como “caveirões”. Segundo ela, o grupo foi transferido para um ônibus sob vigilância de forte aparato do exército israelense. Como recorda, esse trajeto de ônibus até cruzarem a fronteira entre Israel e Jordânia durou cerca de cinco minutos. Ela explicou que o acolhimento da equipe da Embaixada do Brasil na Jordânia foi importante para devolver uma sensação de dignidade ao grupo. “A gente foi recepcionado pelo governo jordaniano, autoridades, embaixadores que estavam lá para receber as delegações. E a partir dali, a gente entendeu que a gente estava num outro momento, saímos da condição de prisioneiros”, afirmou a parlamentar, durante entrevista coletiva. Luizianne Lins em entrevista coletiva após desembarque de delegação brasileira detida em Israel Reprodução O período de detenção em Israel, desde o dia 1º de outubro, foi classificado pela deputada como como dias “muito pesados”. “As celas que eram para ter cinco pessoas, tinham 20. Então a gente viveu esse cotidiano e, sistematicamente, a opressão do ponto de vista psicológico sistemático. A gente não dormia, porque toda hora, de hora em hora, eles chegavam na cela para contar a quantidade de presos. Acho que a gente era contado pelo menos umas 10 vezes por noite”, declarou. A parlamentar também relatou a apreensão vivenciada enquanto navegava com a flotilha em direção à Faixa de Gaza. Segundo Luizianne, as embarcações sofreram ataques aéreos com drones no dia 23 de setembro, com explosivos e materiais tóxicos que provocavam dificuldade de respirar. “Foi uma coisa terrível, é uma sensação de impotência. Você tá no meio do mar e você não vê absolutamente nenhuma saída, já que os drones começam a jogar bombas no entorno dos barcos. E alguns barcos foram atingidos, não o meu, mas alguns barcos foram atingidos, foram danificados”, relatou Luizianne. LEIA TAMBÉM: 'Tratados como animais', diz ativista brasileira que estava em flotilha para Gaza e ficou detida em Israel Itamaraty visita brasileiros detidos em Israel; ativistas estavam em flotilha interceptada rumo a Gaza Israel deporta Greta Thunberg e outros 170 ativistas de flotilha Por conta dos ataques, Luizianne detalhou que as embarcações buscaram se aproximar da costa da Grécia para navegar em águas internacionais, que não ficam sob jurisdição de nenhum país. A parlamentar detalhou, também, como os ativistas foram tratados depois que o exército israelense tomou o controle das embarcações e conduziu os integrantes da flotilha para o porto de Ashdod, que fica entre a Faixa de Gaza e Tel Aviv. “É importante dizer aqui para vocês que nós chegamos no porto arrastados pelos exército israelense e nós tivemos que ficar por mais de uma hora, de quatro pés, como diz aqui no Brasil, com a cabeça no chão esperando todos os outros barcos, as pessoas chegarem, os ativistas de todos os outros barcos. E a gente não podia fazer movimento algum. Então foi uma hora nessa situação, que caracteriza completamente tortura. Gente, isso é tortura. E eu digo… Se fazem isso conosco, quando tinha o mundo inteiro olhando para essa flotilha, você imagina o que é que não sofrem diariamente os palestinos que estão presos”, denunciou. Violência psicológica e greve de fome Deputada federal Luizianne Lins estava entre os brasileiros em flotilha interceptada por Israel Divulgação/REUTERS/Stefanos Rapanis Na manhã desta segunda-feira (6), representantes da Embaixada do Brasil em Israel visitaram os brasileiros enquanto eles seguiam detidos em Israel. Em comunicado à imprensa da delegação brasileira da Global Sumud, as informações prestadas pela embaixada brasileira continham o relato de violência psicológica cometida contra os brasileiros detidos. Foram assegurados aos presos o acesso a medicamentos e à alimentação, qualificada como insatisfatória pela embaixada. Ainda conforme o comunicado, todos os ativistas que haviam iniciado uma greve de fome haviam mantido a decisão. Alguns deles enviaram cartas aos familiares durante a visita consular. De acordo com a assessoria da deputada Luizianne Lins, os integrantes denunciaram condições degradantes, falta de tratamento médico adequado e realização de audiências judiciais sem representação legal. “Alguns, inclusive Luizianne, só receberam medicamentos após pressão diplomática”, divulgou a assessoria. Embarcações detidas Câmera de segurança registra tropas israelenses interceptando barco de flotilha em 3 de outubro de 2025. Global Sumud Flotilla via Reuters Israel interceptou na quarta-feira (1º) barcos de ativistas que navegavam em direção à Faixa de Gaza. A flotilha é formada por ao menos 44 barcos civis com cerca de 500 pessoas, entre elas a ativista Greta Thunberg. Os organizadores afirmaram que o grupo transportava ajuda humanitária para a população de Gaza. O Ministério das Relações Exteriores de Israel afirmou que "vários barcos" da flotilha foram parados, e os passageiros e tripulação, levados em segurança ao porto de Ashdod, que fica entre a Faixa de Gaza e Tel Aviv. Havia um total de 15 pessoas no grupo brasileiro na flotilha Sumud, porém um deles não foi detido por estar em um barco diferente dos outros, que não estava previsto para passar da zona de alto risco determinada por Israel. Dos 14 que foram presos, um argentino-italiano residente no Brasil já havia sido deportado e chegou ao Rio de Janeiro na segunda-feira à noite. Assista aos vídeos mais vistos do Ceará:

FONTE: https://g1.globo.com/ce/ceara/noticia/2025/10/09/deputada-luizianne-lins-e-ativistas-chegam-ao-brasil-apos-detencao-por-israel-condicao-de-prisioneiros.ghtml


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